O tema sobre produtos transgênicos vem ganhando força novamente com a importação de milho dos EUA, segue abaixo o que é um produto geneticamente modificado e o meu parecer sobre o uso desses produtos.
Organismos transgênicos são aqueles que tiveram seu material genético modificado, pois receberam DNAs de um ou mais seres que não se cruzariam de formas naturais. Essa alteração é feita por intervenção de técnicas da engenharia genética. A geração de transgênicos visa obter características novas ou melhoradas em relação ao objeto original.
No caso dos alimentos transgênicos, o embrião é modificado pela inserção de um gene de outra espécie, a fim de modificar suas características para que as plantas, em seu cultivo, possam ser mais resistentes às pragas, insetos e fungos, reduzindo a utilização de pesticidas e inseticidas, que são prejudiciais ao meio ambiente.
O milho é um dos alimentos transgênicos mais consumidos no mundo e o mais produzido no Brasil, e é o principal exemplo da manipulação de espécies pelo homem. O milho cultivado pelos índios mal lembra o milho atual. As espigas eram pequenas, cheias de grãos faltando e boa parte da produção era perdida devido a doenças e pragas. Através do melhoramento genético, o milho atingiu sua forma atual.
Existem vários noticias retomando o assunto da trangênia de milho no Brasil, por causa da notícia da importação de milho dos EUA. Todavia não temos com o que nos preocupar, tudo o que esta sendo trago para nos abastecer já está em utilização no país a mais de dez anos.
O que estará chegando para nós a partir de Dezembro são os seguintes milhos:
MON 87427 – Resistente ao Glifosato – Glifosato ou nome comercial dele mais conhecido como Round up, é o herbicida mais utilizado hoje nas lavouras de milho e soja. Com a semente transgênica de milho e soja, é possível fazer o uso do herbicida sem que a planta seja afetada. Ou seja, todas as plantas que estão ao redor que iriam competir nutrientes com a planta são eliminadas e o milho pode absorver todo o nutriente do solo.
MON 87460: Resistente a stress hídrico e a Antibióticos – Essa outra variedade de milho transgênico combate uma doença chamada mancha Branca, ela pode ser combatida com antibióticos ou com produtos a base de cobre, e outro alelo modificado nessa variedade é a resistência da planta a falta de chuva, os agricultores estão reféns do tempo, pois os ciclos de chuva e sol não são como antigamente, quando era possível traçar um parâmetro de quando iria chover ou fazer sol.
Evento 3272: Modificado alfa-amilase, metabolismo Manose. Esse é um milho desenvolvido para a produção de etanol nos EUA e para o aproveitamento do DDGS que significa grãos secos por destilação, hoje esses grãos são empregados na formulação de rações para bovinos por ter uma estrutura muito familiar ao grão laminado ou pré-cozido, pois o processo de fermentação quebra as cadeias longas de carboidrato e proteínas deixando os nutrientes mais expostos à absorção dos animais. Mas mesmo assim essa variedade de milho foi testa na produção de ração animal sendo utilizada na produção do Canadá e do Japão e NÃO, oferece risco a saúde.
Outro ponto que devemos analisar que no Brasil já temos essas mesmas variedades de milho sendo plantas a mais de 15 anos e existem muitos meios de comunicação que vem divulgando reportagens sobre o prejuízo que esses produtos irão causar na nossa produção e basta fazer uma busca rápida na internet para achar publicações da EMBRAPA endossando o uso de sementes modificadas.
Hoje já temos milho com quatro modificações genéticas na mesma semente, esse é um caminho que não tem como voltarmos mais, os custos produtivos estão elevados, mesmo que as sementes seja um pouco mais cara, é melhor pagar no início do que ter que fazer várias aplicações de defensivos, e ter o custo dobrado por conta do produto e hora/homem, estamos em uma época na qual mão de obra de qualidade esta muito cara e difícil de achar. O reprocesso deve ser evitado a todo custo e porque não fazer isso no dia 0 da plantação, que o dia em que o Agricultor vai comprar as sementes das cultivares.
Outro ponto é o crescimento da população mundial, se não tivermos alta eficiência na nossa produção de alimento não serão somente os países pobres que passaram fome. É totalmente aceitável que se tenha formas de protesto e que entidades se preocupem com o que esta chegando a nossa mesa. Mas nesses últimos anos não foi relatado nada que alimentos geneticamente modificados possa fazer mal a nossa saúde.
O discurso dessas entidades está voltado para as crises de alergia em pessoas mais sensíveis, mas nada foi encontrado até hoje e mesmo assim convivemos com alimentos naturais que também fazem mal, que o caso do amendoim, camarão, castanha entre outros. E nem por isso existe uma movimentação para que não se consuma esses tipos de alimentos. Pode ocorre uma crise isolada de alergia, SIM, mas esse não é o todo e nem reflete a real situação do consumo de transgênico.
Outro discurso muito forte utilizado logo no começo foi que alimentos geneticamente modificados causam Câncer e até Autismo. Será que é verdade mesmo? Eu sinceramente li bastante a respeito nos últimos anos e até hoje não tem nada que me convença disso. Às vezes muitas pessoas não tem acesso a esse tipo de informação, mas o consumo exagerado de carnes processadas seja ela defumada, cozida (presunto e apresuntado) e churrasco, colaboram para o acumulo de células cancerígenas no corpo e nem por isso a mídia expõe isso. Esses tipos produtos têm em usa formulação os sais de cura (Nitrito e Nitrato) e eles são acumulativos no corpo humano.
Enfim até que se prove ao contrário, alimentos geneticamente modificados NÃO fazem mal a saúde e são até bem vindos ao nosso cotidiano, pois deles tiramos maiores resultados de nossas produções e com isso conseguimos abastecer nosso mercado de ração. O milho que vem dos EUA deve estar chegando após a 1 quinzena de dezembro e devemos acelerar nossa produção para 2017, apesar de termos um leve aumento nos preços por conta dessa importação nos próximos meses quando colheita da safrinha se iniciar os preços já estarão mais acessíveis aos custos produtivos.
E não devemos esquecer que nesse ano já tivemos compra de milho da Argentina e Paraguai e nesses dois países só se planta cultivares geneticamente modifica, e esses países estão entre os dez maiores produtores de cultivares transgênica. Propositalmente postei no site uma notícia vinculada pelo site do MST, eles sendo totalmente contrária a importação do milho transgênica não sabe qual a motivação deles ao fazerem isso, pois, eles são um movimento que busca a produtividade e esse é um ato que vai contra todos os princípios por eles defendidos.
Segue abaixo as reportagens que vinculei na ultima semana sobre esse assunto e uma tabela com os maiores produtores de transgênicos e o que mais se produz no mundo.