Muito vem se discutindo nas redes sociais que a geração Z mais conhecida como a geração do Merthiolate que não arde, essa é uma geração de jovens relapsos e que não querem muito compromisso com a vida profissional.
É engraçada a analogia com o tal medicamento que se colocava em machucados, e o infeliz ardia mais que o próprio machucado e ainda tínhamos que ouvir a expressão “se está ardendo é porque esta curando”.
Foi uma forma inteligente, pois sendo integrante da geração Y, vivi a transição do analógico para o digital e realmente como o próprio medicamento citado, tínhamos que “sofrer” para alcançar nossos objetivos.
Lembro – me de ter que sair de casa após o almoço para ir a uma biblioteca para poder fazer um trabalho, ou na volta para casa passar na mesma biblioteca e levar enciclopédias para casa que pesava um absurdo. Outro ponto favorável aos adeptos das dores do saber é que nossos pais como viviam em uma situação econômica muito mais desfavorável entre os anos 80 a meados dos 90, não tinha muito tempo para nos colocar debaixo de suas asas e com isso começamos a alçar voos mais cedo.
Acredito que a desinformação nos protegia de certos medos e receios dos nossos pais, todos sabiam que havia assaltos, sequestro de crianças, entre outros, mas as informações demoravam a chegar e como já citado tínhamos pais que trabalhavam de 8-12 horas dia para poder vencer a inflação e as instabilidades financeiras.
Lembro-me de começar a ir sozinho para escola aos oito anos pegando ônibus na hora do almoço e voltando somente depois das 19 h após um treino de basquete no próprio colégio. Tínhamos amigos verdadeiros que muitas das vezes nos acompanhavam em nossas caminhadas.
Acredito que são essas coisas que fizeram a diferença para que geração Y seja mais empreendedora e tenha um espirito de liberdade mais aflorado.
Diferentemente da geração Y a geração Z passou por tempos áureos em nosso país onde tudo foi mais fácil e com isso os pais resguardaram seus filhos não os expondo a situações de provações diárias.
Com a internet e equipamentos eletrônicos em desenvolvimento, as pessoas passaram a ter mais acesso a informações que antes poderia levar semanas para chegar, houve uma debandada das mulheres nos postos de trabalho para poder ficar em casa e com isso acompanhar o crescimento dos seus filhos. Esses foram acompanhados de perto e sofreram mais restrições quanto a sua liberdade e foram privados de se exporem ao mundo real.
Não foi uma nem duas vezes que ouvi que era muito melhor ter o filho o dia todo na frente de um computador ou vídeo game do que vê-lo na rua brincando e com isso criamos uma geração de enclausurados.
Toda regra tem sua exceção, muito desses jovens se dedicaram a estudar aquilo que lhes davam prazer e muitas inovações vieram desses jovens, mas infelizmente esse número não passa de 5%. E o restante o que fez? Bom, esses se dedicaram ao mi mi mi das redes sociais, aos vídeos sem noção, e muito deles aos Nenens (Nem estudam e nem trabalham).
São jovens que não querem sair da casa dos pais por estarem confortáveis e não terem que assumir as responsabilidades da vida, não se torna protagonista de sua própria vida, pois sabem que a qualquer desconforto ou rusga podem contar com o colo dos pais para consola-los.
As pessoas da Geração Y estão se tornando pais e mães agora e como vão criar seus filhos? Pesquisas apontam que esses querem que seus filhos sejam seus melhores amigos, e eu acredito fortemente nesse conceito, pois, a presença de pais na vida dos filhos é fundamental para o seu desenvolvimento intelectual e de caráter. Mesmo que seja por um milésimo de segundo, faça com que seja especial e que seu filho (a) saiba que você esteve ali. Há um texto que exemplifica bem o que estou dizendo. (http://www.portaldafamilia.org/artigos/texto008.shtml).
Seja a diferença entre você e seu filho, deixe-o sentir a sua presença mesmo que tenham pouco tempo por dia. É claro que cada um tem seus conceitos de vida, mas espero que todos se integrem em um espirito de coletividade e coesão social.
Nossos filhos são a imagem daquilo que eles têm em casa, não importa se a criação é feito por pais, avós ou tios, sempre temos que ter um tempo para essas crianças para que elas não cresçam com os seus próprios conceitos e que muitas das vezes são distorcidas por uma realidade que só existe dentro de uma tela de computador.
Não vamos julgar as pessoas como um todo, mas, separadamente e que as empresas que absorverem esses jovens, tenham profissionais para poder lidar com essa geração que na minha concepção passou muito tempo falando com uma tela e pouco expôs seus sentimentos para os seus pais.