Já faz um tempo que não escrevo sobre assuntos relacionados a NR-12, mas nas últimas semanas acabei achando uns vídeos que fiz na viagem que fiz a África de Sul onde consegui observar quatro gruas trabalhando ao mesmo tempo construindo uma nova ala do aeroporto local.
As gruas são dispositivos de transporte vertical de materiais e componentes em canteiros de obra. A grande vantagem de possuir um dispositivo assim é reduzir as perdas de mão de obra com tempos auxiliares de transporte, que não agregam valor ao produto final.
As gruas servem para viabilizar e melhorar a movimentação vertical e horizontal de cargas e materiais nos canteiros de obras. Conhecidas também como guindastes de torre, elas são fundamentais para o construtor que deseja, ou por imposição do sistema construtivo utilizado, como no caso de estruturas pré-fabricadas, painéis unitizados e banheiros prontos. De modo geral, quanto maior for a altura do prédio em construção e mais elevado for o grau de industrialização da obra, maior será a demanda por esses equipamentos.
Dentro do canteiro, é importante posicionar a grua em local que possibilite máxima varredura de todos os pontos necessários ou, se não houver alternativa, avaliar o conjunto de gruas quanto ao alcance horizontal. Esse posicionamento não é algo flexível, já que existe a necessidade de afixar a grua e produzir uma fundação provisória que irá suportá-la durante o uso.
Há uma série de normas do Ministério do Trabalho que regulamentam o uso de gruas. É o caso da NR-12 (Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos), que envolve projeto, fabricação, importação, comercialização, utilização de máquinas e equipamentos; e da NR-18 (Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção). Essa última possui um item específico para movimentação e transporte de materiais e define em seus anexos a necessidade de haver um plano de cargas para gruas.
Adicionalmente, há normas municipais. Em São Paulo, desde 2010 uma portaria define limites para instalação de gruas na cidade. A norma veta, por exemplo, que cargas içadas e o contrapeso passem além do limite do terreno.
Além da localização e montagem das gruas um dos pontos mais importantes da grua é o plano de rigging, que basicamente é o cálculo feito da trajetória realizada pelo objeto içado.
O Plano de movimentação de carga (Plano de Rigging): Consiste no planejamento formalizado de uma movimentação com guindaste móvel ou fixo, visando a otimização dos recursos aplicados na operação (equipamentos, acessórios e outros) para se evitar acidentes e perdas de tempo. Ele indica, por meio do estudo da carga a ser içada, das máquinas disponíveis, dos acessórios, condições do solo e ação do vento, quais as melhores soluções para fazer um içamento seguro e eficiente.
Ele indica qual a melhor solução para fazer um determinado içamento da maneira mais segura e eficiente, e otimizando os recursos (equipamentos, acessórios, preparação de área, etc.).
O plano baseia-se de estudos da carga, dos guindastes e acessórios de amarração, ação do vento, interferências aéreas, layout da área de operação, entre outros, afim de evitar acidentes e perdas de tempo durante as operações de içamento.
Posteriormente falaremos sobre o Plano de Rigging com todas as informações necessários e indicando cursos que temos no mercado atualmente.
Segue o link do vídeo das gruas trabalhando no aeroporto de Joanesburgo.