Geralmente quando uma organização desenvolve o SEISO no ambiente de trabalho, preocupa-se apenas com a sujeira material, tais como: poeira, óleo, graxa, restos de materiais, pedaços de papel, materiais descartáveis, etc. Este é um entendimento limitado do SEISO. A organização deve tratar a sujeira como todos os agentes que agridem ao meio ambiente ou tudo que reduz gradativamente a capacidade e a possibilidade de ação dos cinco sentidos, trazendo como consequência uma degradação do homem e das coisas que o cercam. A sujeira tem a característica de esconder o real.
Nesta fase, é necessário deixar tudo limpo e brilhante, estabelecer um novo padrão de limpeza no dos equipamentos e na própria empresa, facilita na identificação de falhas. Em um exemplo prático, podemos verificar que o óleo em excesso ou graxa podem esconder problemas em equipamentos e ferramentas, além do que, locais limpos favorecem a segurança do próprio funcionário. A tradução do SEISO como “limpeza” induz as pessoas a associarem como uma atividade de remoção de sujeira (faxina) e de pouco valor agregado.
O termo “inspeção” traduziria melhor o conceito do SEISO, pois “inspeção” transmite uma postura mais crítica no ato da limpeza, passando a ser encarada como uma oportunidade para detecção de anormalidades e suas respectivas causas, promovendo posteriormente a sua eliminação ou bloqueio. Daí porque é importante que a limpeza seja feita pelo próprio usuário ou operador do equipamento. Uma boa prática do SEISO para ser aplicada em máquinas industriais é realizar a desmontagem do equipamento e inspecionar se as peças estão adequadas, lubrificadas e dentro das especificações.
Em uma fase inicial de implantação do 5S deve-se discutir qual a limpeza que será feita pelo usuário e qual será feita pelo pessoal da limpeza. Normalmente estes são os exemplos de quem deve limpar tais sujeiras:
Pessoal que trabalha no ambiente
a) Sujeira provocada por um comportamento inadequado das pessoas que trabalham no ambiente;
b) Sujeira provocada por uma deficiência dos equipamentos;
c) Sujeira provocada por deficiências no processo de produção;
d) Sujeira provocada por manuseio irregular de materiais.
Pessoal da limpeza
a) Recolhimento de sacos de lixo nas salas, oficinas, banheiros e áreas coletivas;
b) Sujeira provocada por deficiências infraestruturas da organização;
c) Asseio de ambientes coletivos;
d) Encerar pisos e limpar superfícies de vidro (janelas, divisórias, portas, etc.).
E nas Fábricas de Ração:
A aplicação do SEISO nas fábricas de ração é pegar toda a equipe da produção juntamente com a equipe da manutenção e fazer a parada programada uma vez por mês para conseguir colocar o SEISO em ação. Assim como comentamos no texto (Equipamentos e utensílios) a higienização deve sempre utilizar os produtos químicos corretos e deve ser feito em um dia na qual não tenha produção para que seja feito uma higienização do teto até o chão.
Nesse texto não tem muito oque especificar sobre cada setor, pois a higienização é uma obrigação de todos os funcionários da empresa e pelo menos uma vez no mês deve ser feito essa limpeza geral.
Agora de forma diária temos que pensar na higienização dos equipamentos que operamos de forma geral o principal problema de uma fábrica de ração é o pó gerado pelo processo de moagem e pelo transporte que em alguns casos não possuem sistema para abafar a saída do pó dos equipamentos.
Moega de Recepção:
Assim como comentamos nos textos anteriores o pó que se levanta na moega é proveniente do descarregamento de grãos e farelos e para por o SEISO em prática temos que estar sempre retirando esse excesso de pó e varrendo os grãos e farelos que caíram foram da moega para dentro dela para que esses não atraiam aves e roedores para dentro da moega. Atualmente a instalação de inaladores de pós na moega são muito bem recomendados para extinguir o excesso de pó na fábrica.
Moagem de Grãos, Dosagem e Pesagem:
Quando o produto já passa para dentro da fábrica devemos ficar atentos, pois em alguns casos podem ocorrer vazamentos em nos equipamentos e assim ocorrer o acumulo de produtos nos pontos mais altos da fábrica e como raramente os operadores sobem para fazer uma vistoria a esses setores à aplicação do SEISO se faz necessária para não ocorrer esse tipo de problema e caso algum equipamento esteja com problema esse funcionário deverá fazer um comunicado ao setor de manutenção para que seja reparado.
Mistura, Remoagem:
Tanto na moagem como na remoagem, devemos estar sempre atentos ao moinho e suas manutenções principalmente na troca e higienização do filtro manga. Problemas no sistema de ar pneumático podem ocasionar pó dentro da fábrica e a falta de limpeza/troca das mangas e da câmara onde elas ficam alojadas podem fazer com que o produto não tenha o fluxo esperado dentro do processo produtivo.
No sistema de mistura temos que ficar atentos à alimentação do misturador e a velocidade de descarregamento do misturados, pois esses dois processos ocasionam o levante de pó dentro da fábrica. Os equipamentos mais modernos já possuem alívio de pressão no descarregamento e esse sistema evita que o pó escape de dentro do misturador.
Extrusão e Peletização:
Nos dois processos a parte que mais gera dificuldade ao se realizar o SEISO é o pré-condicionado, pois, a peça recebe a mátria prima farelada, água e vapor e com isso as paletas de transportes ficam com produto preso ele deve ser limpo para evitar a contaminação microbiológica dentro do equipamento. As matrizes são outro ponto que merece certo cuidado, pois, fica com produto impregnado e tem que ser feito uma boa higienização após o seu uso. O canhão ao final do processo pode ser higienizado utilizando água e algumas empresas passam soja triturada no canhão para retirar o resto de produto que esta dentro do equipamento.
Secagem, Resfriamento, Aplicação de líquidos:
Na Secagem e no resfriamento, o ideal é retirar o resto de pó que pode se acumular no fundo secador e nas laterais do resfriado. O uso de um aspirador de pó é o ideal para fazer essa higienização ou então soprar todo o pó para o chão da fábrica para depois ser recolhido, isso vai depender da frequência na qual é feito o procedimento dentro da fábrica. Já o aplicador de líquidos além de prevenir o pó que fica nos silos anteriores ao procedimento o ideal é ter um plano de limpeza para o corpo do misturador para que o resíduo da aplicação de óleo/palatabilizante dentro do equipamento não sofra ação de microrganismos e com isso gere a contaminação de outros lotes.
Ensaque:
No ensaque temos que cuidar de dois pontos o pó que pode se acumular e caso a empresa trabalhe com produto para cavalos e bovinos, normalmente é realizado a aplicação de melaço liquido e com isso será necessário higienizar o interior do silo para retirar o resíduo de melaço que pode se aglomerar.
E acima de tudo temos que realizar um SEISO no nosso interior, nos modificarmos para sermos mais tolerantes com o nosso próximo, e com isso termos atitudes mais caridosas dentro do nosso ambiente de trabalho de forma que a ética esteja acima de todos os outros sentimentos e com isso prevaleça a união nos setores de trabalho.
Forte Abraço
Rafael Resende Silva.