Na ultima semana conversamos sobre automatização de fábrica, essa primeira conversa foi bem simples e sucinta para que pudéssemos aprofundar um pouco mais sobre os componentes da automatização e o que se pode fazer em cada equipamento.
Hoje estarei explicando quais são os painéis que as empresas estão te oferecendo e qual a função de cada um deles, pode parecer demais, mas sem eles as vidas úteis dos equipamentos não são as mesmas e seria impossível fazer uma automação de qualidade.
O primeiro e o mais importante para mim é o CCM, eles são painéis completos (montados) que acomodam equipamentos para Proteção, Seccionamento e Manobra de Cargas. Tem uma função específica nos sistemas de distribuição de energia elétrica em unidades comerciais e industriais. São os painéis onde estão conectados os cabos provenientes das cargas. Apesar de aproximadamente 85 % das cargas industriais serem motores (motivo do nome “Centro de Controle de Motores”), o termo “cargas” é abrangente, podendo significar qualquer equipamento que consuma energia elétrica, como estufas, resistores, etc. A utilização dos CCM ’s são destinadas a instalações industriais na qual apresentam:
- Grande número de cargas que devam ser comandados;
- Deva ser assegurada máxima continuidade de operação;
- For necessário o acesso de pessoal não qualificado;
- For exigido alto nível de segurança para os operadores e pessoas de manutenção.
Dependendo do grau de separação interno encontrado em um CCM, o mesmo pode receber diferentes denominações físico/comerciais.
O CCM NÃO COMPARTIMENTADO apresenta uma placa de montagem única, onde os conjuntos de proteção e manobra de cada carga individual estão montados todos juntos nesta mesma placa.
Um CCM COMPARTIMENTADO é aquele onde os equipamentos de proteção, e manobra de cada carga estão montados em compartimentos separados dentro do painel. Este CCM pode ser FIXO ou EXTRAÍVEL.
No CCM EXTRAÍVEL dentro de cada compartimento é montada uma gaveta que pode ser removida do painel sem o auxílio de ferramenta. Os equipamentos para proteção e manobra da partida são montados dentro das gavetas, minimizando os tempos de parada, pois se podem substituir as gavetas rapidamente.
No CCM FIXO dentro de cada compartimento é montada uma placa de montagem fixa não removível onde são que alocados os equipamentos para proteção e manobra da partida.
CCM Inteligente:
Atualmente, é comum na utilização para acionamentos de motores com inversores de frequência, reguladores de potência, sistemas de partida, controladores programáveis, que comandam uma série de parâmetros, sensores ou medidores digitais de grandezas elétricas que podem ser conectados em alguns tipos de rede de comunicação. A estes CCM ‘s, damos o nome de CCM ‘s inteligentes. Com a utilização dos CCM ‘s inteligentes é possível receber antecipadamente um alarme de problemas potenciais, eliminar desligamentos desnecessários, isolar falhas de modo a reduzir o tempo de parada e distribuir ou equalizar as cargas enquanto o problema está sendo solucionadas, além de poder reduzir os trabalhos de fiação, necessidades de espaço e tempo de instalação.
O CCM pode ser implementado para receber equipamentos com comunicação em rede dentro das gavetas, possibilitando que o comando e sinalização das partidas sejam conectados ao sistema de controle através de redes de comunicação industrial. As redes de comunicação são conectadas através das tomadas de comando, possibilitando que as gavetas sejam operadas remotamente quando as mesmas estiverem nas posições de “TESTE” e “INSERIDA”. Utilizada em conjunto com a fiação de comando, facilmente pode-se programar estratégias de acionamento do tipo LOCAL / REMOTO.
Os CCM ‘s são conjuntos essenciais para a produção, e com o avanço da tecnologia e a necessidade de monitoramento e controle da produção, a utilização de redes é uma solução que possibilita reduzir tempo de parada de horas para minutos, com melhores e mais completos diagnósticos que localizam com precisão os pontos problemáticos durante o processo de produção, de modo que se possa saber o que é, onde interferir e corrigir.
SUPERVISÓRIO
O nosso próximo componente que também é bastante oferecido nos projeto de fábrica de ração são os supervisórios, mas o que exatamente eles fazem?
Os sistemas supervisórios permitem que sejam monitoradas e rastreadas informações de um processo produtivo ou instalação física. Tais informações são coletadas através de equipamentos de aquisição de dados e, em seguida, manipuladas, analisadas, armazenadas e posteriormente, apresentadas ao usuário.
Trazendo essa linguagem para dentro da fábrica de ração o supervisório tem as seguintes funções:
- Realiza todo o controle e supervisão dos pontos acionados eletricamente, seja ele máquinas ou acessórios;
- Relatórios de produção (Produção, Estoque, Tempo Produtivo);
- Cadastro de todas as formulações produzidas na empresa;
- Status das entradas e saídas da linha;
- Controle e status das comportas pneumáticas, válvulas, cilindros, sensores, níveis;
- Controles de partida de todos os motores;
- Leituras de correntes elétricas, tensões, potências e velocidades dos motores que possuírem drives de partida na rede, sendo que todos deverão estar interligados por meio de rede industrial e informados através de imagens animadas em tela de acordo com status.
- Relatório de Extrusão: Relatórios relacionados às receitas cadastradas e produção por batelada e/ou kg/h de cada receita produzida pela extrusora;
- Relatórios do sistema Recobridor de óleo e palatabilizante: Relatórios de produção das receitas cadastradas. Quantidade de materiais utilizados por batelada (ração, óleo, palatabilizante Liquido e pó – quando aplicável) de acordo com a receita.
- Ensaque: Conterá relatório da quantidade de material fabricada (receita) e lotes envolvidos nas respectivas bateladas produzidas.
E por ultimo e muito importe o IHM, significa “Interação Homem-Máquina” ou “Interface Homem-Máquina”.
Para entender do que se trata essa interação, é só pensar na forma como você se comunica com o seu computador. Se você quiser mandar imprimir uma folha, você visualiza um botão na tela do seu computador, clica e manda imprimir. A tela do seu comutador é, neste caso, o IHM. Sem o IHM, você teria que mexer diretamente com a programação de seu sistema operacional (por exemplo, o Windows).
Essa tela, portanto, serve para facilitar essa comunicação, com uma visualização fácil de ser compreendida, janelas com mensagens explicativas, animações etc. Seu objetivo é permitir que qualquer usuário seja capaz de executar funções em sua máquina. Resumindo grosseiramente: com o IHM, ninguém precisa ser programador para imprimir suas coisas.
Mas o IHM vai muito além da tela do computador. Pense em todas as telas com as quais você lida no seu dia-a-dia a fim de executar funções em máquinas: o display do seu micro-ondas ou da geladeira, a tela do seu celular ou da televisão, o caixa eletrônico, diversos postos de autoatendimento etc.
Lembra-se do nosso artigo anterior? Lá foi explicado o que é o CLP e onde ele entra na automação. Pois bem. O CLP será programado com as funções desejadas e é através dele que uma determinada motor será acionado toda vez que você apertar um determinado botão na tela de comando.
E ONDE O IHM ENTRA NESSA HISTÓRIA?
Você pode programar um IHM para que ele seja integrado ao CLP da sua fábrica, para fazer o papel do IHM, é muito comum a utilização de mesas de comando com telas para controlar toda a fábrica ou até mesmo o uso de celulares ou tabletes para fazer o acesso remoto aos equipamentos da fábrica, permitindo assim a interação do usuário com o CLP.
Em vez de ir até o painel do equipamento para acioná-lo, o usuário passa a ser capaz de dar esse comando através do IHM, dentro da sala de comando ou remotamente onde ele estiver.
No IHM, além de dar os comandos, você consegue visualizar quais equipamentos estão trabalhando ou desligados, se a produtividade esta normal, e até consegue visualizar as imagens de sua câmera de segurança.
Nas indústrias, o CLP pode ser usado para executar as funções dos diversos equipamentos de produção: fazer a esteira andar ou parar, fazer um elevador levantar ou abaixar etc.
O IHM permite monitorar, gerenciar e analisar informações a fim de verificar se algo pode ser melhorado, buscando maior eficiência nos equipamentos. Permite também a detecção de problemas e falhas, auxiliando na tomada de decisões.
Esta é apenas uma visão geral sobre a utilização do IHM, focando sua integração com um CLP. Mas é importante deixar claro que o IHM pode ser integrado com diversos outros equipamentos.
Estes seriam os principais componentes elétricos e eletrônicos que as empresas de ração devem possuir para se conseguir um mínimo de automação. A partir daqui vai muito do que cada empresa quer controlar e automatizar, pois podemos ter uma infinidade de possibilidades para ser fazer controles industriais, a criatividade do programador e conhecimento dele do processo que vai ser automatizado é de grande valia para que esse recurso seja bem executado.
Na próxima semana estarei comentando algumas inovações que estão circulando no mercado dentro da área de automação de processo.